São Maiden

Fiz uma viagem duplamente necessária: ver o Iron Maiden em São Paulo. O Maiden é coisa querida e acompanho desde 1995, ano do X-Factor e em 2001 fui ver a banda no rock in rio 3. Ou seja, era meu segundo show, com o agravante de, dessa vez, eles estarem com um set list dos sonhos, daqueles que eu imaginava ver ao vivo babando no vhs do maiden england ou do live after death.

Chegando na terra, o primeiro passo foi descançar um pouco antes de ir pra primeira parada: a Augusta. Eis que o rádio é ligado e road to nowhere, do talking heads começa a tocar, instantaneamente. Meu cérebro deu um nó. Não fazia sentido, era uma rádio e pior, road to nowhere foi a última música que ouvi em Salvador, antes de viajar. E foi a primeira que ouvi em São Paulo. Toda aquela mitologia básica de talking heads / nova york / são paulo / cosmopolita viraram um pirão na minha cabeça e eu pensei: "Essa cidade tá de chamego comigo."



Após o choque e apreciar a música, partimos todos pra Augusta, comer uma fatia de pizza. Que pizza. Não me assusta agora todas as questões políticas de São Paulo acabarem em pizza, se fosse em salvador, tudo acabaria em acarajé, mesmo que minha preferência seja abará molhadinho. Nesse meio tempo, andei de metrô e percebi como as pessoas adoram mochilas também, todo mundo usava uma, teenage mutant ninja turtles underground.

O segundo dia foi dedicado à conhecer a paulista e todas as suas artimanhas, meo. Lá estava eu e amigos, andando, vendo os prédios, procurando biscoitos koala e sabendo que no fundo, eu ia ter que me encontrar com ela. Com Lina, em forma de trocinho masp.
gazeta

Passei pelo masp, mas fingi que não vi. Fiz doce, afinal ia custar 15 reais entrar e dia de terça feira é de graça. Não dessa vez, abelhinha. Segui o caminho e fui conhecer a cultura. A dor ia ser parecida, mas pelo menos é de graça. Sofri, mas consegui sobreviver.
para

A noite foi novamente da augusta. Voltar andando em direção ao metrô, às duas horas da manhã pela augusta, é revelador. Vi uma cena que ficará pra sempre na primeira impressão de uma cidade cosmopolita. Vejo uma garotinha no meio da pista, entre os carros. Ela está com duas garrafas de cerveja. Na frente dela, tem um mendingo de paletó correndo. A garotinha então joga uma garrafa nas costas dele. Ambos continuam correndo e ela joga a segunda garrafa. Isso aconteceu em menos de 30 segundos. E ninguém ligava.

Um comentário:

Olmo Lacerda disse...

Velho, fantástica a sua descrição da viagem, adorei. Deu até vontade de ir, olha que eu nunca fui muito com a cara de São Paulo, mas se ela tá de chamego com você deve ser "gente boa". Que acabe em pizza, uma vez que o acarajé é nosso e claro, abará seco dá azia 0.o